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Depoimento de Lucas Mestres Mendes – Fortaleza – CE

Antes da oitava série, um amigo estava estudando pra entrar no ITA e me disse que era uma das melhores faculdades do Brasil. Talvez por vaidade, comecei a dizer que também queria passar no ITA e essa idéia foi ficando mais fixa. Durante meu ensino fundamental estudei por diversos colégios e nunca tive dificuldades para me destacar nos estudos, acreditava que era um gênio =P. Isso até que, no 1 ano de ensino médio, eu fui para o Farias Brito, lá eu descobri que não era nada, era mais um no meio de tantos.
Mesmo percebendo que não era tão inteligente assim, continuei me dedicando muito pouco aos estudos, entrando na turma ita com uma péssima base. Acabou que me acomodei, passei meu 1 ano de turma ita enrolando, no final acabou que não passei no ITA e nem no IME e, por isso,  meio que realmente caiu a ficha: eu realmente não era um gênio.
Meu 2 ano de turma ITA não foi tão inútil, apesar de não manter um ritmo de estudo constante, consegui pegar uma boa base em todas as matérias, porém ainda faltava dedicação, rapidamente me desconcentrava para jogar um totó, um baralho ou um ping-pong. Por sorte tinha amigos muito inteligentes que me ajudaram durante todo o ano e, graças a esse esforço conjunto, fui aprovado no IME. Porém diante do fracasso do ano anterior, ainda não me sentia confiante para fazer a prova do ITA, era muito imaturo, resultando que me dei mal na prova de física do ITA logo de cara, e acabou que atrapalhou o resto das provas e mais uma vez não fui aprovado. Até então não pensava em ir para o IME, mas  como muitos colegas passaram apenas no IME acabei indo para lá também. Porém, devido a vida sedentária e a falta de interesse em estar no IME, fui reprovado no teste físico e voltei para Fortaleza. Isso sem dúvidas foi a melhor coisa que poderia ter acontecido comigo nesse ano.
No ano seguinte, no meu terceiro ano de cursinho, voltei mais empolgado e confiante. Estudei muito todos os dias, parei de jogar para não me desconcentrar e consegui um excelente grupo de estudo muito dedicado. Com essa nova experiência na turma, os resultados dos simulados melhoraram e a vontade de estudar aumentou. Isso foi essencial, com esse progresso percebi que eu não havia alcançado meu limite nos anos anteriores, longe disso, e isso aumentava a vontade de estudar. Esses resultados foram essenciais para aumentar a confiança e encarar a prova com mais tranqüilidade. Consegui fazer a prova do IME sem ficar muito nervoso e acabou que passei bem classificado, o que aumentou ainda mais a confiança para o ITA e deu um gás final para as últimas revisões. Quando chegou na semana do ITA, comecei com uma boa prova de física, porém no dia seguinte começou o drama, alguns colegas acharam, ou pelo menos foi o que eu entendi da reação deles, que talvez eu tivesse fugido do tema da redação, e isso foi terrível, não consegui dormir direito e cheguei na prova seguinte com a confiança abalada. No dia seguinte fui com a confiança abalada, mas foi exatamente no dia da minha melhor matéria e isso fez que, mesmo sem a confiança desejada, fizesse uma excelente prova que recuperou a confiança para o dia seguinte.  No dia seguinte fiz uma prova de química mediana, mantendo a média de corte. Nos dias seguintes do vestibular tentei esquecer do drama da redação, mas nada feito, fiquei até o resultado do ITA com essa redação na cabeça. No dia do resultado não fiquei tão nervoso porque recebi a ligação antes de ter notícias de alguma outra pessoa que tivesse recebido a ligação, daí foi de boa, deu tudo certo!
Minha rotina de estudo não era algo absurdo, era o que eu conseguia agüentar. Antes de 6h ia pra academia malhar, já que reprovar no teste físico denovo não seria interessante, e em torno de 8h ia para o colégio estudar com o grupinho de estudo e ficava estudando até em torno de 12h e a partir daí aguardava começar as aulas e quando elas acabavam eu, normalmente, ia para casa dormir.  Nos fins de semana fazia os simulados do colégio e estudava no resto do tempo até umas 17h. Com essa rotina conseguia resolver todos os materias do colégio e alguma coisa por fora. Além das apostilas do colégio, utilizei praticamente apenas os livros de física do Renato Brito e passei a ler algumas obras famosas.
O que eu realmente aprendi durante essa trajetória foi que vale a pena se dedicar nos estudos, é muito melhor se dedicar muito um ano nos estudos e passar, do que passar vários ano se dedicando pouco e, por isso, dificilmente passar. É essencial a união da turma, várias mentes trabalham melhor que só uma, além de que estudar com outras pessoas torna o estudo mais dinâmico, rápido e menos entediante. Por isso sou grato a todos que participaram dessa maratona de estudos, incentivando e cobrando durante todos esses anos.
Espero que esse depoimento tenha sido útil!