Depoimento

HOME > Depoimentos > Antonio Lamounier Soares Lira da Silva – Recife/PE

Depoimento de Antonio Lamounier Soares Lira da Silva – Recife/PE

Cara, esse foi um ano e tanto. Eu não tinha certeza no início se ia estudar pesado pra ITA e IME, porque já tinham sido quatro tentativas, o número de pessoas que te apóiam tende a diminuir, e você mesmo acha que não dá pra passar… Quando eu voltei a assistir aula no cursinho, eu pensava “caramba, de novo aqui”… Mas aí eu formei um grupo de estudos com duas pessoas que se tornaram muito meus amigos e foram indispensáveis nessa conquista. A cobrança para não faltar aulas, para fazer os simulados, fora as provas do ITA que a gente fez, tudo isso fez a diferença pra mim. Daí veio o IME, e eu fiquei muito nervoso. Eu fiz muito mal a prova da segunda-feira, e quando cheguei em casa que conferi o gabarito, tinha levado corte. Eu me senti o cara mais incompetente do mundo, levando corte nas fechadas do IME na quinta tentativa. Eu não sabia como ia conseguir me arrastar para fazer as provas dos dias seguintes. Aí na terça-feira de manhã, eu descobri pela comunidade que o Poliedro tinha discordado de uma questão de química (onde eu tinha levado corte), e aquilo me deu esperança de que nem tudo estava perdido. Eu fui fazer as provas dos dias seguintes pra destruir. No fim das contas, não fez muita diferença para o IME, porque a questão não foi anulada, mas eu vi que a atitude perante a prova faz toda diferença. Claro que não passar no IME não era o que eu tinha em mente, e por isso novembro foi um mês muito estressante. Teve dias que eu chorei, pensando que tudo tinha acabado, que as pessoas que tinham dito para eu desistir iam apontar pra mim e dizer “eu não disse?”… O meu emocional parecia uma montanha-russa, mudando constantemente. Mas duas semanas antes do ITA eu pensei “tá na hora de acabar com essa palhaçada de pessimismo”. E assim foi. Veio o resultado do IME e eu não deixei me abalar. E aí veio A SEMANA. Na prova de física, nos vinte primeiros minutos, eu não consegui fazer uma questão sequer. Respirei fundo, fui para as discursivas, e aí tudo começou a desenrolar. Ainda assim, quando eu saí da prova, pelos comentários da galera, achei que tinha ido mal. Chequei em casa e pensei “meu Deus, o Senhor tá querendo que eu tenha muita fé mesmo, né?”. Na tarde de terça, eu passei uma hora no telefone com Dani Clarindo, do ITA, e foi muito legal. Ela ficou contando como eram as aulas, os trotes, o CPOR. Foi uma conversa que me deu muita perspectiva. Eu fui para as provas do dia seguinte pensando “isso é apenas um obstáculo entre eu e a faculdade onde eu quero estar ano que vem.” E aí veio português, que foi uma prova tranqüila. Depois, Matemática, de longe a prova mais emocionante que eu fiz na minha vida. Muito massa, muita coisa pra fazer… No fim da prova, parecia que a galera tinha saído de uma maratona. E química foi uma boa prova, mas algumas questões abertas (a do sulfato e a da nitroglicerina), eu não fazia a menor idéia se tinha acertado. Então veio a semana da espera, e finalmente, o resultado. Da terça pra quarta, eu mal consegui dormir. Quarta de manhã, quando eu acordei, não quis ligar o computador logo, porque não queria me estressar com o F5, então esperei. E veio o primeiro telefonema do dia: engano. Eu fiquei muito arretado. Mas veio o segundo, e era minha amiga dizendo que eu tinha passado. Depois disso, foi muito choro de alegria, muita comemoração. Eu quero dizer para aqueles que vão tentar de novo, em especial aos que estão nas “múltiplas tentativas” (de 4 pra cima): vão com tudo. Se eu não tivesse passado, eu ia tentar de novo. É difícil se reerguer, ter que ouvir pessoas dizendo que você está perdendo tempo, é difícil criar forças pra se esforçar de novo. Mas enfrente isso. O que importa é o seu sonho, então siga em frente. Eu estou completamente satisfeito com tudo que me tem acontecido nesses últimos dois dias do ano. É muito recompensador por todo o esforço despendido! E por essa conquista, eu quero deixar registrado o meu agradecimento a todas as pessoas que me ajudaram e me incentivaram: à minha família, à minha mãe em especial, aos amigos de cursinho – aos que passaram no ITA e/ou no IME e aos que vão tentar de novo (detonem!) -, aos amigos em geral, aos diretores e equipe do GGE, que me deram um apoio fenomenal durante esses anos todos, e à comunidade, onde eu encontrei muito incentivo nos posts da galera. E por último, e mais importante, ao meu bom Deus, que me ajudou a chegar até aqui.